No meio do caminho havia um salão de cabeleireiro. Apenas uma tenda, com dois pedaços de espelhos pendurados, em uma calçada de Guadalupe. Assim começava a aventura de Anderson Renato, de 33 anos, e a trajetória do Blacks’Os Coiffeur, que emprega meninos humildes da região. Ele e seu xará e funcionário Anderson Silva, de 18 anos, mais conhecido como “Caveirinha”, visitaram a Escola Livre da Palavra na última quarta-feira, dia 8, e serão tema da próxima missão dos apalpianos.
Antes do salão na beira da rua, Anderson fez de um tudo nessa vida. Vendeu camisa, celulares, fez transporte escolar… Depois daquele dia em que ele e um amigo colocaram suas tesouras na rua, só viu o negócio crescer e fazer sucesso no bairro – hoje a tenda tem televisão, DVD, churrasco e música. Ao todo, Anderson já contabiliza 18 funcionários.Os bons ensinamentos e o clima descontraído definitivamente caíram no gosto dos moradores da região.
“Muitas mães me ligam pedindo que empregue seus filhos. Algumas querem até me pagar por isso. Elas sabem que trabalhando lá ele não vão enveredar pelo mau caminho. Lá eles entram na linha e aprendem a ter responsabilidade”, conta Anderson, que carrega alguns quilos a mais e o simpático apelido de “Gordão”.
Além de levar sua experiência de vida, a dupla de Andersons virou tema do novo trabalho dos escritores do Apalpe, que deverão produzir um conto sobre o que ouviram e observaram durante a esclarecedora visita de quarta-feira. Com uma dificuldade extra: resumir tanta história e experiência de vida num texto de apenas vinte linhas. Exatamente o mesmo tamanho deste post. Boa sorte, apalpianos!
Apalpe - A Palavra da Periferia - Blog 