O encantamento tomou conta de todo tipo de gente que adentrou a sala 3 do Centro de Convenções SulAmérica nesta quinta-feira, dia 2, para conferir a oficina Guias Afetivos, comandada pelo coordenador do projeto Apalpe, Marcus Vinicius Faustini, e que foi uma espécie de “versão 3D” de seu livro Guia Afetivo da Periferia.
“Faustini fala com uma linguagem que todos conseguem entender. Incrivelmente consegui me encontrar aqui”, conta Nilcineia Hermes Rodrigues da Silva, coordenadora de formação profissional dos jovens da ONG Centro de Estudo de Saúde do Projeto Papucaia, em Cachoeiras de Macacu. Um sentimento parecido com o descrito pela museóloga Adua Nesei: “Me senti muito à vontade com essa técnica de integração, e olha que costumo ser mais tímida. Falei palavrões e tudo, coisa que sempre foi retraída na minha vida”, revela.
Faustini também fez uma avaliação positiva do evento: “Realizamos esta mini oficina com uma resposta muito boa. A ideia de desenvolvimento local tem de estar ligada à ideia de imaginário. Qualquer desenvolvimento territorial pressupõe o encorajamento do imaginário. Penso na periferia como lugar de potência, e não de carência”, teoriza.
Com trilha sonora dos DJs Saens Pena e VJ China, a intervenção teve destaques como a performance Goiabas ao Vento, de Henrique Silveira, que vendeu duas “goiabas literárias” logo na primeira tentativa. “Ele usou uma abordagem muito convincente e se mostrou um bom vendedor. E o melhor que seu produto é inusitado”, elogia a professora de história e mestre em educação Carla Lopes.
Enquanto Marcelo do Patrocínio seduziu o público com cheiros, Raphael Couto, que participou do primeiro ciclo do Apalpe transformou o próprio corpo em veículo da palavra e costurou letras na altura do peitoral que formaram a palavra estrela. “Que nervoso. Isso que é amor à letra”, comenta a estilista Camila Loren. Já as crianças embarcaram com prazer no Carrinho Literário, proposto por Alex Teixeira. Foi o caso de Ana Clara, de 9 anos, que foi ao evento com a avó, e Guilherme Chile, de 8, acompanhado pela mãe.
O Apalpe se confirmou como fonte de inspiração artística com a apresentação de Flávia Muniz, que cantou “Curumim” e “Vermelho” – canção literalmente inspirada pelas oficinas do projeto. Um dia para não se esquecer.
Oi: Amanda
Muito bom o seu texto sobre a Expo 2010. Perguntei para várias pessoas como tinha sido o evento e foi difícil saber o que realmente tinha acontecido. Aí está, muito bem descrito, algumas coisas que aconteceram no evento.
Obrigada.
Beijo grande.
Talitta
O Carrinho Literário foi muito bem aceito pelos que estavam na Expo 2010. Eu e Alex tivemos a oportunidade de conversar com cada pessoa, convidá-las a explorar as obras e assim, abrimos um canal para falarmos dos objetivos do APALPE como dispositivo de expressão artística palavra-corpo-território.
Foi uma experiência muito boa. O pessoal do APALPE já vinha embalado, com mais cancha de vender sua produção no tête-a-tête, o pessoal da Oficina GUIAS AFETIVOS DA PERIFERIA estava botando a cara na rua na EXPO BRASIL, justamente a culminância do trabalho no SESC Madureira. E eu estava nesta “estréia”.
Foi bom circular entre as pessoas da EXPO BRASIL, que naturalmente tinham uma receptividade pelo caráter do evento, mas que não garantia a “venda” do trabalho, isto resultava das performances, chegadas e principalmente das sacações de cada trabalho que o Faustini orientou com rigor para chegar e revelar a essência, a inovação, a pegada que cada um trazia.
VALEU !!!
Até 20/Janeiro.