Setes esquetes teatrais, escritas e interpretadas por alunos do Apalpe, irão concorrer ao prêmio de R$ 1.500, metade do valor dado pela banca, composta por Jô Bilac, Daniel Schenker e Márcia do Valle, e metade pelo público que lotou a Cia. dos Atores nesta sexta-feira, dia 21, na Lapa.
Os primeiros a pisar no palco foram Talitta Chagas, Alex Nanim e Alex Teixeira, que encenaram Contos da Manhã, de Luciana Meireles. O trio arrancou aplausos do público com a simulação saculejada de uma viagem no ônibus 476, num dia de domingo, regado a sol e funk.
Marilene Gonçalves e Tetsuo Takita representaram Black Rio Total, de Elisangela Pinto. Durante a cena, regada à meia luz, Marilene fazia trancinhas no parceiro enquanto falava seu texto. Em Férias em Paquetá, texto de Vicente Duque Estrada, interpretado por Marcelo Patrocínio e Marina Rosa, lembranças de uma infância saudosa voltaram à tona.
Em Brasil, Por Que a Princesa Isabel Não Libertou Logo Todos os Escravos Bons de Bola?, O trio formado por Marcus Liberato, Cristina Hare e Vivian Faria fez uma releitura do texto de Wiliam Santiago, que fala sobre um atropelamento, e adaptou uma cena mais picante e divertida.
Gloria Dinis e Wiliam Santiago interpretaram Boca de Caçapa, de Talitta Chagas. Santiago divertiu o público com sua atuação de cafeteira. E a esquete que fechou a noite com chave de ouro foi No Ponto, com Leandro Santanna e Luciana Bastos. O texto, de Rafaelle Castro, que aborda as intermináveis horas de espera num ponto pelo ônibus que faz a viagem do Rio para São Gonçalo, caiu no gosto popular. Arrancou risadas e aplausos da plateia, que ovacionou os atores logo no corredor de saída e fez fotos com a dupla na Escadaria Selarón.
“Eu gosto muito desse texto, mas estou surpresa em vê-lo desta forma. Os atores entenderam completamente o que eu digo com ele, ficou muito fiel. E muito bom. Estou feliz demais com o que vi”, comemora a socióloga Rafaelle, autora de No Ponto. Daniel Schenker, que visitou os ensaios dos atores do Apalpe durante as aulas, e deu algumas pequenas dicas, ficou lisonjeado em ver que alguns grupos como o que interpretou o texto No Ponto seguiram suas dicas. “Falar em teatro é difícil, então quando de repente você não se esconde por trás de uma movimentação excessiva é um desafio que você está se propondo”, diz Schenker.