Entrar e sair de cena, com singularidade, classe e o timing perfeito pode fazer toda a diferença no conjunto da obra. E a novidade deste sábado, dia 27, para os atores do Apalpe foi o exercício proposto pelo coordenador do projeto, Marcus Vinicius Faustini, para estimular as diferentes e criativas formas de se começar e encerrar uma cena.
Uma porta aberta com um pequeno espaço delimitado à sua volta foi o cenário escolhido por Faustini para os atores treinarem suas entradas e saídas. Em clima de total descontração, o grupo se entregou ao exercício. O ator Marcus surpreendeu com sua escolha de transformar a porta em aparelho de rádio e o trinco no botão para ligar o objeto. Sua atuação certeira se resumiu em parar em frente ao “aparelho de rádio”, ligá-lo e avisar, em voz alta, o que havia feito: “O rádio já está ligado”.
“Precisamos aprender a criar universos cênicos em lugares que a gente não acha ou percebe que eles existem. É essencial entender a dualidade do teatro”, afirma Faustini. E, após insistir, persistir e resistir em sua interpretação do que ele chamou de “O retorno da mãozinha”, Tetsuo finalmente acertou o exercício e arrancou risadas de todos.
Ao fim das diversas tentativas incansáveis, o grupo se reuniu em círculo e debateu sobre as possibilidades de, a partir do exercício dado por Faustini, aprimorar as entradas e saídas dos esquetes que já estão ensaiando.
E o dia que começou com exercícios de aquecimento e equilíbrio, dados pelo ator Flávio Mendonça – que está auxiliando Faustini no processo de ensaio dos apalpianos- foi finalizado com uma dica. “Uma cena só se faz com ensaio. É importante que vocês tentem se encontrar durante a semana. Precisamos ter mais organização. Existem muitos lugares ótimos para ensaiar na cidade, como, por exemplo, a Praça Paris”, indica Flávio.