Marcus Vinicius Faustini iniciou o encontro de hoje anunciando o que viria pela frente. “Os livros promovem os grandes encontros nas nossas vidas”, diz. Ele estava se referindo à imensa honra em receber no espaço da Cia. dos Atores, na Lapa, o escritor Ronaldo Correia de Brito, que disse: “Estou me sentindo apalpado”.
A sala estava toda ocupada com a simpatia do escritor Pernambucano e com a presença do público curioso, que cada vez mais ia chegando e se acomodando.
Ronaldo contou a história de sua transição do sertão para a cidade e afirmouque através da sua literatura tenta acabar com o conceito de literatura regional e histórico, tenta desmontar a ideia de um sertão mítico. “Toda a minha literatura tenta mostrar que não há mais lugar, o que existe é o não lugar.
Em seu novo livro “Retratos Imorais” ele descreve homens em permanente deslocamento e revela que o que existe hoje no lugar do sertão é a periferia das cidades.
Ronaldo contou ao público que, paralelamente à sua formação em medicina, ele frequentou também uma outra Universidade, um lugar de grandes mestres, de produtores de cultura popular: a periferia de Recife.
Sobre a periferia do Rio Ronaldo tem uma visão de vitalidade, de presença. “Aqui a periferia está na música, está no teatro, está presente. Eu acho que o morro desce e move a cidade˜, afirma o escritor.
E de periferia o Apalpe entende! Após algumas perguntas do público, que foram respondidas calorosamente pelo convidado, o encontro chega ao fim. Mas não 100%, já que agora vai rolar a inauguração da Escola Livre da Palavra, que homenageará Heloisa Buarque de Holanda, dando seu nome a uma das salas.
Um novo espaço para propagação da arte de periferia. “Essa coisa de palavra e mídia digital vai dar samba, a gente vai mudar essa cidade, tenho certeza”, afirma a homenageada.