— O mapa das vossas vidas. Sim senhores, vocês hoje vão elaborar o mapa das vossas vidas. E depois disso, ainda precisarão vendê-los — assim Marcus Vinicius Faustini abriu os trabalhos do Apalpe, no último sábado, dia 4.
— A tarefa é essa: resumir a vida em um mapa, com cinco marcadores: território, palavra, corpo, vida e escolha — acrescentou o autor do Guia Afetivo da Periferia.
A princípio, não parecia uma tarefa fácil, mas esse foi o desafio proposto aos participantes que, de lápis e papel na mão, partiram para o trabalho.
A proposta era retratar de um lado o processo de elaboração do mapa, feito a partir das cinco marcações propostas por Marcus Vinicius Faustini, que mediou a oficina. Na outra face do mapa, era preciso elaborar um texto, um produto para ser vendido no evento Arte de Portas, mais conhecido como Santa Teresa de Portas Abertas.
Segundo Faustini, a elaboração do mapa e sua posterior venda durante o Arte de Portas Abertas era um exercício para desenvolver nos participantes competências necessárias à abordagem de pessoas na rua — característica que será importante durante a apresentação final do Apalpe, que acontecerá nas ruas da Lapa.
Para os participantes, não foi simples. Afinal, precisaram escolher aspectos de sua vida e, de certa forma, indexá-los. Henrique Silveira, por exemplo, afirmou ter dificuldades para encaixar episódios de sua vida em linhas do tempo.
Já Ana Paula Lisboa Lopes listou os homens brancos pelos quais havia se apaixonado ao longo de sua vida, traçando características marcantes de cada um deles.
E assim os mapas foram se apresentando e surpreendendo não apenas pelos tópicos discriminados para atender aos dispositivos propostos por Faustini, mas também pela sua beleza plástica. Foram desenhados com muito capricho.