O exercício de apalpar o amarelo rendeu. Os participantes viajaram em ondas amarelas.
Alguns declamaram seus textos, interpretando suas criações. Foi o caso de Márcia do Valle, Augusto Bapt e Marcelo Patrocínio.
Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=Ls2OHdYwxeM
http://www.youtube.com/watch?v=cH5FwmmBvIM
http://www.youtube.com/watch?v=x7zhQzieqjw
Outros preferiram performances e colagens de foto e texto. Veja, a seguir, o texto apresentado por Simone Rocha:
Descrição do Quarto Amarelo
Ao entrar na casa amarela da cidadã amarela que mora na cidade amarela de Nova Iguaçu, podemos num olhar amarelo, observar que aquele corredor amarelo leva ao melhor cômodo amarelo daquela amarela residência. As paredes amarelas se confrontam com as colagens amarelas daquela amarela porta. Obras de arte totalmente amarelas, impregnam a amarela entrada daquele quarto amarelo como se falasse: seja bem vindo ser amarelo!
Ao fechar a porta amarela daquele quarto amarelo, sua amarela figuração é alterada. O quarto amarelo agora é um amarelo aquário onde foi pintado um grande amarelo painel com amarelos elementos do fundo do mar amarelo. Então podemos em uma visão amarela apreciar: um tubarão amarelo, uma alga amarela e um pequeno peixe amarelo que estão pintados naquela porta amarela. Na amarela parede ao lado, um siri amarelo e um polvo amarelo estão entre algas marinhas amarelas.
Encosta a esta parede amarela há uma cômoda amarela com seus cinco amarelos puxadores cujas sombras amarelas estão refletidas em cada uma daquelas cinco gavetas amarelas. Tenho uma amarela adoração pelas sombras amarelas produzidas pela luz amarela… Estes puxadores se transformam em uma escada amarela que parece conduzir as nove amarelas damas de porcelana.
As bonecas amarelas, parecem aquelas damas amarelas de outras épocas amarelas. Suas roupas amarelas, sapatos amarelos, cabelos amarelos, peles amarelas, olhos amarelos, bocas amarelas, cílios amarelos, sobrancelhas amarelas, orelhas amarelas contrastam-se com o amarelo fundo do mar que estão em suas costas amarelas e com a cômoda amarela, agora tomando o lugar de chão amarelo onde as brancas damas mantém seu amarelo e inerte repouso.
No entanto, a nova cama amarela com molas também amarelas, é a uma peça amarela que foi adquirida há pouco amarelo tempo. Está amareladamente decorada com quatro amarelas almofadas encostadas na cortina amarela e estas almofadas amarelas pousam sobre o lençol amarelo daquele aconchegante quarto amarelo cujas paredes amarelas trazem o repouso amarelo daquela amarela moradora da amarela Baixada Fluminense.
Simone Rocha
Rio de Janeiro, 24 de julho de 2010
Iniciar a construção dos nossos perceptos…
…criar uma voz na cidade…
…uma pegada…
…uma densidade…
…um beijo…
…um abraço….
…dois corpos…
…uma noite de amor.
😉
Gilles Deleuze falando sobre idéias e perceptos.